Laboratórios do mundo real: a bacia do ribeirão do Lageado como projeto piloto de um plano de ação climática local
Este projeto pretende responder à dificuldade de gestão das cidades brasileiras frente à crise climática global por meio do teste de um modelo integrado e participativo de governança das cidades desenvolvido para enfrentar essa crise. O modelo é denominado Laboratório do Mundo Real (LMR) e baseia-se na combinação entre ciência e governança, especificamente entre modelagem computacional e governança multinível. Tem sido difundido no Brasil em várias cooperações com a Alemanha e deve ser testado tendo em vista a experiência brasileira e latino-americana de gestão participativa e social das cidades. Elegemos a bacia do Ribeirão do Lageado, na Zona Leste da cidade de São Paulo, como projeto piloto de um plano de ação climática local. O plano combina estratégias de governança local ancoradas no conceito original das subprefeituras paulistanas, proposto no âmbito da reforma administrativa da cidade de São Paulo durante a gestão de Luíza Erundina (1989-1992) e implementado na gestão de Marta Suplicy (2001-2004). Também se apoia na modelagem hidrológica da bacia do ribeirão do Lageado, uma das mais sensíveis da cidade de São Paulo no que se refere à segurança hídrica. Sua população mais vulnerável é afetada tanto pelos graves problemas causados por inundações e alagamentos, quanto pela escassez hídrica, o que tende a se agravar com a crise do clima. Ambos os problemas são efeitos do desequilíbrio do ciclo hidrológico que afeta historicamente a Zona Leste de São Paulo, onde residem cerca de 4,5 milhões de habitantes e grande parte das populações vulneráveis que habitam as margens dos córregos urbanos na cidade.
Financiamento Fapesp no período de 2023-2025